Jean Nouvel, in DOMUS 800
A distribuição programática procurou explorar as condicionantes do Plano de Pormenor em vigor, alojando as zonas com maiores necessidades de área (estacionamento, tipografia, auditório) no embasamento cego que resolve a topografia do terreno, enquanto os espaços da reitoria e dos Serviços de Acção Social se dividiram em dois blocos autónomos, articulados entre si por um átrio de quádruplo pé-direito, atravessado por uma ponte elevada que une os pisos da direcção de ambos os serviços. As zonas de atendimento ao público situaram-se no piso térreo, com acesso desde o átrio.
A estratégia de projecto adoptada considera este complexo como um edifício de escritórios, prevendo um suporte físico caracterizado pela modularidade e racionalidade: da dimensão da malha estrutural e compatibilização com as dimensões do estacionamento em cave, passando pela provisão de tectos e pavimentos falsos para passagem de infra-estruturas (telecomunicações e controle ambiental), até à modularidade dos vários elementos da fachada (pano fixo, folha móvel, lâmina de ensombramento), procurou-se a criar um sistema capaz de acolher as mudanças inerentes à vida do edifício.
Na articulação do programa funcional com este sistema, optou-se por uma distribuição do programa com recurso a "caixas" com acabamentos variados (conforme os pisos e os serviços) para alojar as funções com maiores necessidades de privacidade ou segurança (gabinetes, salas de reunião, arquivos, etc.), entre as quais se organizavam as restantes áreas do programa numa lógica de open-space, numa lógica de rentabilização da área construída / utilizável, e da provisão de variedade espacial.