A possibilidade de uma intervenção urbanística nos terrenos da antiga Fábrica Fino's em Portalegre é uma oportunidade única de "construir cidade".
O terreno disponível surge num ponto de confluência crítico da cidade de Portalegre, em que o tecido urbano densificado do casco histórico encontra a zona de expansão mais contemporânea (em torno do Jardim da Corredoura) e para o qual converge o acesso desde o IP2 (Estrada da Penha).
Estas excepcionais condições permitem que a proposta possua características únicas, incluindo a implementação de uma utilização fortemente baseada no uso pedonal (propícia ao comércio de proximidade) ou um grande protagonismo visual (desde o IP2 e na aproximação à cidade).
Vários factores surgiram porém como dificuldades expressivas a abordar e solucionar, incluindo a acentuada topografia, a ausência de contactos francos com as vias envolventes ou a saturação do mercado imobiliário local nos segmentos mais baixos.
A proposta divide-se (conforme solicitado) em três grandes fases, que podem igualmente ser descritas como "cotas".
A fase 1 corresponde à cota alta do terreno, propondo a consolidação dos vários usos comerciais e de serviços em torno de uma zona pedonal que permita
o percurso e a estadia (paralela à Rua Primeiro de Maio), incluindo ainda habitação.
A fase 2 ocupa a "cota intermédia" do terreno, com dois quarteirões/ condomínios.
A fase 3 ocupa a "cota baixa" do terreno, criando um complemento e contraponto funcional à cota alta.
A construção habitacional das fases 1 e 2 é realizada com recurso a quarteirões semi-encerrados que funcionarão como condomínios privados articulados em torno de piscinas (e que poderão acolher
igualmente as residências de estudantes e / ou assistidas).
A fase 3 distingue-se por atributos que
permitem criar interesse comercial, preconizando-se a implantação de um equipamento de referência (colégio ou clínica), capaz de gerar fluxos e tipologias
habitacionais distintas (moradias em banda com piscina).